COOP+ reúne produtores para discutir estratégias para a safra 2025/2026
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Publicado em 13/06/2025 às 15h15, por: Edison Correia Araújo

A Coplana promoveu, em abril, duas edições do Coop+, reunindo produtores e parceiros para discutir desafios e oportunidades desta próxima safra. A iniciativa visa compartilhar informações qualificadas que possam contribuir nos resultados. No dia 16, o encontro recebeu cooperados das regiões de Jaboticabal e Taquaritinga. No dia 29, foi a vez da região de Tupã. A programação contou com palestras sobre tendências na comercialização de fertilizantes e defensivos, intercooperação, mercado de cana-de-açúcar, custos e produção, clima para o setor, além de um painel sobre negócios.
Bruno Rangel Geraldo Martins, presidente da Coplana, destacou a importância de trazer especialistas para conversar com o cooperado. “Esse trabalho é fundamental para aproximar os produtores e oferecer informações que os ajudem a tomar decisões mais seguras. As palestras trouxeram dados cruciais para este ano, e junto com os parceiros conseguimos abordar uma visão ampla para o produtor conduzir melhor seus negócios”, afirmou Bruno. Segundo o gerente corporativo de Insumos, Thiago Fornasiari, o Coop+ tem a missão de fazer a diferença para o cooperado. “Um evento aberto, com espaço para a troca de informações, presença das equipes Comercial, de Marketing e Técnica, que estão à disposição para esclarecer dúvidas e ouvir sugestões, contribuindo para as decisões”, concluiu.
Negócios
No Painel de Negócios do Amendoim, Herick Paniagua, coordenador Comercial da Coplana, apresentou um panorama do mercado brasileiro e dos principais países compradores, como os integrantes da União Europeia, além de Rússia, Ucrânia, Argélia e China. Segundo ele, agregar valor ao amendoim brasileiro passa por duas frentes: industrialização, com novos produtos, e foco na qualidade, especialmente para atender aos rigorosos padrões do mercado europeu. Paniagua reforçou que a partir do investimento em inovação, o Brasil tem grande potencial de expansão globalmente.
Fertilizantes
Rafael Zanão Soares, diretor de Conteúdo da YEB Inteligência de Mercado, falou das tendências globais. “Cada fertilizante tem um comportamento diferente no mercado. A ureia, por exemplo, é mais volátil e está com tendência de queda nos preços até o fim de maio — uma boa oportunidade de compra. Já o MAP (fosfato monoamônico) e o cloreto de potássio enfrentam restrição de
oferta na China, Canadá e Rússia, com expectativa de alta nos preços nas próximas semanas, especialmente no segundo trimestre. As tarifas impostas por Donald Trump têm impacto direto e de longo prazo, podendo afetar o consumo global e abrir oportunidades mais adiante.”
Defensivos
Marcus Jordão, analista de Mercado de Defensivos da YEB, destacou que cerca de 90% desses produtos utilizados no Brasil são importados. “Apresentamos um panorama das principais origens de importação de defensivos (China, Estados Unidos, Índia e Europa) com destaque para os impactos das taxações do governo Trump sobre a China, que podem afetar diretamente o setor. Essas medidas podem elevar os custos para fabricantes nos Estados Unidos e reduzir a disponibilidade de produtos importados para o Brasil, o que já exige atenção dos produtores. No caso do glifosato, o segundo trimestre tende a oferecer boas chances de compra. No entanto, o ano é desafiador para defensivos, com riscos de escassez e alta nos preços. A principal recomendação é o planejamento antecipado, evitando compras pontuais que aumentam a exposição ao risco”, afirmou Marcus.
Mercado e produção
Na palestra de Raphael Delloiagono, da Consultoria Pecege, foi apresentada uma análise dos custos de produção da safra recém-encerrada e projeções para a temporada 2025/2026. “Em termos de produção, a expectativa é de uma safra ligeiramente menor que a anterior, que por sua vez já foi inferior à de 2023/2024. Ainda assim, próxima das 600 milhões de toneladas, uma marca relevante que poucas vezes é alcançada pelo setor. Quanto aos preços, a tendência é de continuidade do açúcar com patamares elevados, e o etanol deve manter a recuperação observada ao longo de 2024, com reflexos positivos também em 2025”, explicou Rafael.
Intercooperação
O Sicoob PRO e a Socicana marcaram presença com a palestra “Intercooperação com Propósito”, que ressaltou a importância das parcerias para soluções integradas ao produtor. O diretor comercial do Sicoob PRO, Carlos Eduardo Pinelli, e o superintendente a Socicana, Rafael Kalaki, destacaram o Crédito Rural Verde.A iniciativa valoriza a ação de produtores que adotam boas práticas, fazendo parte do Top Cana (programa próprio da Socicana) e da certificação Bonsucro. Para os associados comprometidos com padrões socioambientais, as taxas no financiamento são diferenciadas. A iniciativa foi reconhecida pela imprensa do Brasil e exterior e premiada pelo Bonsucro Inspire Awards. Em 2022, foi finalista na categoria Best Value Chain Initiative, destinada a projetos transformadores no setor sucroenergético. Em 2024, venceu o prêmio na mesma categoria, anunciado durante a Bonsucro Global Week, por contribuir com a produção sustentável da cana-de-açúcar.
Tendências do clima
Na palestra do professor Fábio Marin, da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o foco foi o impacto do clima na produção agrícola da região, com ênfase para a cultura da cana-de-açúcar. O especialista recomendou aos produtores que passem a encarar o clima de forma mais estratégica, com o objetivo de reduzir os riscos climáticos e melhorar o planejamento das safras.
“Apesar de um início de safra mais difícil, a expectativa é de uma temporada de razoável a boa. As produtividades observadas em abril devem melhorar em maio, com previsão de uma leve perda em relação ao ano passado, mas sem grandes quebras até o momento. A metade da safra tende a ser estável, enquanto o final pode ser mais desafiador. É importante que o produtor mantenha a cautela e não desanime com os números atuais, que estão baixos, pois devem melhorar ao longo da colheita”.
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